terça-feira, 29 de abril de 2008

Amy Harmon e "A era do DNA" - parte 5

Enquanto criadores testam o DNA, cães tornam-se cobaias

Por AMY HARMON
Publicado: 12 de junho de 2007

Depois de mutações, cachorros musculosos começaram a aparecer e criar confusão em exibições de cães de corrida. Criadores de animais normalmente longilíneos convidaram cientistas a tirar amostras de DNA em corridas por todo o país. Eles esperavam encontrar uma causa genética para a mutação e um modo de purgá-la da raça.

Funcionou. “Os cães brigões,” como os corpulentos são conhecidos, resultam de uma mutação genética que realça o desenvolvimento da musculatura. Os criadores não querem eliminar o gene "brigão". Cientistas descobriram que a mesma mutação que "bomba" alguns cães de corrida faz de outros os mais rápidos nas pistas.

Com um teste de DNA, "vamos manter a velocidade e eliminar os brigões,” disse Helena James, uma criadora de cães de corrida de Vancouver, em British Columbia.

Livres da maior parte dos conceitos éticos — e dificuldades práticas — associados com a prática da eugenia em seres humanos, os criadores de cães estão se valendo da nova pesquisa genética para controlar a genética canina. Companhias com nomes como Vetgen e Healthgene começaram a oferecer dúzias de testes de DNA para determinar a aparência dos cães, melhorar a sua saúde e, possivelmente logo, melhorar sua condição atlética.

Mas enquanto os criadores aplicam a precisão científica a essa antiga arte, descobrem que a perfeição genética vem com conseqüências imprevistas. E com testes de DNA no caminho dos seres humanos, as lições da intervenção na natureza dos cães podem ter reflexos tanto em nós como nos nossos melhores amigos.

“Estamos à beira de uma verdadeira revolução no modo como aplicamos a genética em nossa sociedade,” disse Mark Neff, diretor associado do laboratório de genética veterinário na Universidade da Califórnia. “É melhor ser primeiro confrontado com algumas dessas questões quando elas dizem respeito aos nossos animais do que quando elas nos concernem.”

Alguns criadores de labrador estão usando testes de DNA para garantir a cor prata de retrievers. Criadores de mastim testam pelagem felpuda para evitar os "penugentos", os filhotes de fios longos ocasionalmente originados de pais de pelo curto.

O próximo passo, dizem os geneticistas, pode ser testes para obter grandes cães, pequenos cães, cães encaracolados, cães com os sentidos do olfato mais agudos e cães que levantam as suas cabeças afetuosamente quando eles o vêem.

>>Leia a reportagem completa

Próximo post: Cancer Free at 33, but Weighing a Mastectomy

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Canhoto da Paraíba e o violão brasileiro pelo avesso

O violão brasileiro tem uma das mais reconhecidas escolas do mundo, com expoentes como Baden Powell, Raphael Rabello, Dilermando Reis e tantos outros. Mas a escola perdeu um de seus grandes mestres nesta quinta-feira com a morte de Francisco Soares de Araújo, o Canhoto da Paraíba, um virtuoso que aprendeu a tocar dividindo o violão com os irmãos destros, o que o obrigou a tocar sem inverter as cordas, como outra lenda das seis cordas, Jimi Hendrix. Canhoto não dará mais aulas na escola, mas seus ensinamentos ficam para as futuras gerações.

Conheça um dos quatro discos lançados por ele:
O violão brasileiro tocado pelo avesso

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Amy Harmon e "A era do DNA" - parte 4

Espreitando o DNA de desconhecidos para descobrir a árvore genealógica

Por AMY HARMON
Publicado: 2 de abril de 2007

Eles colhem material da gengiva de estranhos e arrancam cabelos de cadáveres. Viajam centenas de milhas para atrair pessoas com uma velha fotografia ou, às vezes, uma bebida gratuita. A cooperação é preferida, mas não necessariamente requerida para realizar seus objetivos.

Se os genealogistas amadores da era do DNA têm akguma semelhança com membros de uma equipe "CSI", eles não pedem desculpas. Incentivados pelo advento de testes genéticos baratos, estão traçando as suas árvores genealógicas com uma sanha nunca antes vista.

“As pessoas que conhecem o potencial do DNA,” disse Katherine Borges, co-fundadora da Sociedade Internacional de Genealogia Genética, “não medirão esforços para adquiri-lo.”

Diferentemente de registros de papel, que podem ser difíceis de conseguir e mais difícil ainda checar, um teste genético pode dizer rapidamente e definitivamente se alguém tem parentesco. Mas nem todo parente potencial cede facilmente seu DNA. Alguns não gostariam de revelar segredos de família. Outros têm medo que a amostra possa ser usada para intrometer-se em outras áreas de suas vidas. E há aqueles que simplesmente não querem ser incomodados.

Esses casos inspiram táticas que estão tornando a busca genealógica, possivelmente só perdendo para jardinagem entre os passatempos prediletos dos americanos, num esporte radical.

Derrell Teat, 63, gerente numa empresa de esgotos, recentemente encontrou-se vasculhando uma lanchonete McDonalds. O homem que ela acreditava ser o último descendente masculino do irmão de seu tataravô tinha se recusado a ceder matrial genético. Ela decidiu então consegui-lo por outros meios.

“Eu ia pegar a xícara de café da lata de lixo,” disse a senhora Teat, que viajou de Tampa, Flórida, às montanhas da Geórgia, com o seu kit de teste. “Fui disposta a fazer tudo que fosse preciso.”

No passado, ela poderia ter ficado satisfeita com a pesquisa censitária de primos, que revelou que eles eram descendentes de um certo John B. Hodgins, que viveu na Carolina do Sul em 1820. Mas um teste de DNA feito num Hodgins de Oklahoma, encontrado pelo catálogo telefônico, confirmou que eles eram parentes. Agora, a senhora Teat quer identificar todos os descendentes vivos de John B. até julho, quando fará uma reunião de toda a família Hodgins.

Acossado em sua garagem, a caça da senhora Teat recusou-se a escutar o seu pedido. Possivelmente pensou que ela buscava um teste de paternidade. Em todo o caso, ele não apareceu onde tomava seu café da manhã habitual.

“Ele deixa-me louca,” disse a senhora Teat. “Sabendo que posso chegar ao âmago da questão, apenas se as pessoas cooperassem.”

No próximo ano, perto de quinhentos mil pessoas terão feito um teste de DNA, segundo estimativas de companhias que os fazem. Os testes descobrem marcas genéticas que identificam os descendentes de um indivíduo e revelam se duas pessoas compartilham um antepassado comum recente.

>>Leia a reportagem completa

Próximo post: As Breeders Test DNA, Dogs Become Guinea Pigs

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Fantástico e o jornalismo de "levantar a bola" - parte 2

Segundo a coluna Outro Canal, de Daniel Castro, na Folha de S. Paulo desta quarta-feira (23), o repórter Valmir Salaro nega que a entrevista exclusiva com Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá tenha sido conseguida após um acordo. A entrevista, que alavancou o ibope do "Fantástico" no domingo, ainda segundo relato do repórter à coluna, foi proposta pelo pai do acusado, o advogado Antonio Nardoni.

A Globo queria muito a entrevista e tentou consegui-la várias vezes. O fato é que o ibope determinou a decisão de colocá-la no ar.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Fantástico e o jornalismo de "levantar a bola"

A série de matérias de Amy Harmon "A era do DNA" continua depois do feriadão. Hoje, excepcionalmente, um tema novo aparece no Jornalismo EmPerfeito: a "entrevista" do pai e da madrasta de Isabella ao Fantástico neste domingo. Sem fazer perguntas realmente importantes para os esclarecimentos dos fatos, limitou-se a "levantar a bola" para os acusados rebaterem os argumentos da polícia e da perícia. Parecia coisa encomendada pelos advogados de defesa e não jornalismo.

Esse antijornalismo é praticado impunemente na imprensa brasileira desde os primeiros pasquins no século 19, continuou na era Assis Chateaubriand e culmina agora com o Fantástico show da vida...

Veja a primeira parte no Youtube, mas cuidado para não vomitar:

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Amy Harmon e "A era do DNA" - parte 3

Casais selecionam embriões para evitar câncer hereditário

Por AMY HARMON
Publicado: 3 de setembro de 2006

Enquanto Chad Kingsbury vê sua filha brincando na caixa de areia atrás de sua casa na área suburbana de Chicago, o pensamento que passa em sua cabeça milhões de vezes nos dois anos de vida da menina vem outra vez: Chloe nunca ficará doente.

Não, pelo menos, do tipo de câncer de cólon do intestino herdado geneticamente que devastou sua família no passado, matando sua mãe, seu pai e seus dois irmãos e que também pode atingi-lo por causa de uma mutação genética que o faz suscetível.

Submetendo a filha a um teste genético quando ela era apenas um embrião de oito células numa placa de Petri, Mr. Kingsbury e sua esposa Colby foram capazes de saber que ela não tinha o gene defeituoso. Aquela foi a razão de a terem escolhido entre outros embriões que tinham concebido por fertilização in vitro para implantar no útero da mãe.

Os futuros pais vinham utilizando o procedimento conhecido como Diagnóstico Genético Pré-implante, PGD, na sigla em inglês, há mais de uma década, em busca de genes que causam doenças severas em crianças e são totalmente incuráveis.

Atualmente um número crescente de casais comos os Kingsburys estão atravessando um novo limiar de intervenção paterna na composição genética de sua prole: eles estão usando PGD para detectar predisposição para cânceres que podem ou não se desenvolver mais tarde na vida, muitas vezes evitáveis com o método.

>>Leia a reportagem completa

Próximo post: Stalking Strangers’ DNA to Fill in the Family Tree

Ramirez e a graça da área de negócios


Na categoria "Cartum editorial", Michael Ramirez, do Investor's Business Daily, foi o premiado de 2008, por uma série de trabalhos (como este acima).

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Amy Harmon e "A era do DNA" - parte 2

Aquele traço selvagem? Talvez ele seja de família

Por AMY HARMON
Publicado: 15 de Junho de 2006

Jason Dallas pensava que sua opção por ações perigosas - gosto pelo esqui fora de pistas (backcountry skiing), mountain bike e carros velozes — fosse "uma coisa de personalidade."

Então ele soube que cientistas do Centro de Pesquisa de Câncer Fred Hutchinson, de Seattle, tinham ligado o comportamento de risco em ratos a um gene. Os que não tinham o gene caminharam e fizeram piruetas, desprotegidos, ao longo de um vareta de aço em vez de se misturar em segurança como outros ratos.

Agora Mr. Dallas, chefe de cozinha em Seattle, está convencido que ele tem uma predisposição genética para o risco, uma conclusão que os pesquisadores dizem não é injustificada, desde que eles acreditam que as variações semelhantes em genes humanos podem explicar por que a gente percebe o perigo diferentemente.

"Isso está no seu sangue," disse Mr. Dallas. "Você ouve as pessoas dizerem isso todo o tempo, mas agora você sabe que é verdade."

Um crescente conhecimento da genética humana está mostrando informações novas do quanto a gente tem de controle sobre quem somos e como atuamos. As descobertas recentes incluem genes que parecem influir se um indivíduo é gordo, tem um dom para a dança ou será viciado em cigarros. Declarações oficiais sobre o poder dos genes parecem estar no noticiário quase diariamente e estão modificando a maneira como os americanos pensam sobre si próprios, suas falhas e seus talentos, bem como as decisões que eles tomam.

>>Leia a reportagem completa

Próximo post: Couples Cull Embryos to Halt Heritage of Cancer

terça-feira, 15 de abril de 2008

Adrees Latif e a imagem do colega morto

Outro premiado, na categoria "Breaking News Photography" (Fotografia de última hora), foi Adrees Latif, da Reuters, com a imagem do fotógrafo japonês Kenji Nagai ferido, pouco antes de morrer, em Yangun, Mianmar.

Amy Harmon e "A era do DNA" - parte 1

O Pulitzer é um prêmio que nas últims edições fez escolhas equivocadas, mas este ano parece se redimiu de alguns desses pecados, na categoria "Explanatory Reporting" (algo como Reportagem explicativa), com a premiação da série de reportagens de Amy Harmon, do New York Times, "A era do DNA" ("The DNA Age"). A convergência de ciência e tecnologia nesta área vem provocando uma revolução silenciosa e distante das redações que pode resultar num mundo melhor ou pior no futuro. Apesar de sua importância, pouca cobertura realmente eficiente e desapaixonada ocorreu. Mas a série de Harmon é um alento, porque disseca o que vem sendo feito pelos pesquisadores à luz das pessoas, dos cidadãos que a utilizam para coisas como descobrir sua ancestralidade, prevenir doenças como câncer e até descartar embriões de futuros filhos com possibilidade de doenças hereditárias.

A série de 16 reportagens, que teve a última matéria publicada dia 3 deste mês, se iniciou em 2006, com "Seeking Ancestry in DNA Ties Uncovered by Tests", algo como "Busca de linhagem ancestral em cadeias de DNA descobertas em testes", sobre pessoas que pagam para descobrir suas origens étnicas. Conta a história de Alan Moldawer, que adotou os gêmeos Matt e Andrew ainda garotos. Na hora de os dois irem para a faculdade, Mr. Moldawer achou que identificar a origem deles poderia lhes dar alguma vantagem. O resultado chegou depois do processo seletivo e concluiu que os gêmeos têm genes 9% nativos da América e 11% do nordeste africano, além da linhagem européia. O pai adotivo concluiu que isso poderia gerar algum tipo de ajuda financeira para os garotos.

A pesquisa de ancestrais não é precisa. O DNA que carregamos é o resultado de diluição ao longo dos séculos e pequenos percentuais de cromossomos de outros continentes podem significar nada. Mas desempregados de pele branca em busca de empregos estão usando tal base para conseguir vagas étnicas nos Estados Unidos. Cidadãos de pele negra também estão se valendo da pesquisa para reclamar heranças nos países europeus. Um cristão americano, por exemplo, está utilizando a técnica para reclamar cidadania israelense. Enquanto isso, americanos brancos procuram identificar DNA indígena para receber benefícios concedidos a descendentes de índios.

Para o sociólogo Troy Duster, da Universidade de Nova Iorque, essa onda não está baseada na busca de informações do passado. Para ele, o que as pessoas querem mesmo "é dinheiro e poder". Empresas de pesquisa genética pipocam pelos Estados Unidos. Os preços variam de U$99 a US$ 250, com promessas de revelar as origens de cada um. Uma das empresas líder no sgmento, a DNA Print Genomics, informa no seu site que a técnica é útil para quem "quer validar sua elegibilidade para admissão em colégios e faculdades ou direitos em admissõs baseadas em critérios raciais".

Durante 16 dias, vou postando aos poucos aqui um pouco de cada reportagem de Amy Harmon, traduzindo o que o tempo apertado me permite.

>>Leia a reportagem completa

Continua amanhã com a reportagem "That Wild Streak? Maybe It Runs in the Family", sobre a influência genética na personalidade e na disposição para correr riscos.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Ego sum qui sum

Dois jornalistas dão de cara na rua. Os dois estão cabisbaixos.
– O que é notícia, brother?
– Meu, não sei. Quer dizer, eu achava que sabia, mas acho que desaprendi.

Na faculdade, eles aprenderam que notícia não é tudo que acontece. Atualidade, relevância e outros itens menos votados estão entre as definições para o que pode ser notícia ou não. Mas um é fundamental: o fato, para ser relevante para o jornalismo, precisa produzir significativas alterações na vida das pessoas.

– Você viu as manchetes dos jornais hoje?
– Vi e fiquei assim.
– Efemeridades...
– Lá vem você com esse papo de biba...
– Não, rapá. Tô falando do noticiário. Parece aquela história do ônibus. Tirando o motorista e o cobrador, o resto é tudo passageiro.

Efêmero. [Do gr. ephémeros.] Adj. 1. Que dura um só dia. 2. De pouca duração; passageiro, transitório...
in Novo Dicionário da Língua Portuguesa, de Aurélio Buarque.

– Tá aqui na Folha: "Ministro admite uso eleitoral do PAC".
– Essa aí até passa. A do Estadão foi "Polícia apreende computadores da Casa Civil"...
– Vamos parar. Se chegarmos aos populares, o negócio piora.
– No Agora a machete foi o vídeo do pai e da madrasta da menina...
– Num falei pra parar.
– Tá. Parei. Mas não dá pra mudar a minha natureza.
– Sem querer parafrasear Deus, mas já parafrasenado, Ego sum qui sum.
– É. Aí vale o plural. Somos o que somos, mesmo se trocarmos o jornalismo por outro negócio.
– Vamos fazer uma sociedade?
– Podíamos abrir um boteco...

PS: Ego sum qui sum: Eu sou quem sou, tradução latina do Velho Testamento das palavras de Deus a Moisés no Monte Sinai.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Kucinski e "o colapso da razão ética"

Para quem quer se aprofundar no assunto ética, o livro "O jornalismo na era virtual - ensaios sobre o colapso da razão ética", que reúne nove artigos do professor de jornalismo Bernardo Kucinski, da USP, é um bom caminho. Entre as razões do atual estado da ética nas redações, Kucinski aponta a "fusão mercadológica de notícia, entretenimento e consumo". Outro ponto que ele destaca é, "principalmente, a mentalidade pós-moderna, que celebra o individualismo e o sucesso pessoal".

Um dos capítulos do livro aborda um tema que é tabu entre os jornalistas: "jornalismo e corrupção". Kucinski não doura a pílula e afirma que sempre houve no Brasil uma imprensa "marrom", amparada na compra de matérias e uso de deturpações grosseiras em favor de grupos econômicos e políticos. Vai mais longe. Segundo ele, uma parte dessa prática busca apenas vender mais jornal. "A corrupção é prática sedutora na indústria de comunicação pelo fato de nela se combinar o poder de influenciar politicamente a opinião pública com o poder econômico. Nenhuma outra indústria tem essa característica. É uma prática também comum entre os jornalistas, por sua proximidade no jogo de influência dos poderosos".

Kucinski bate mais fundo e diz que "uma das formas sutis de cooptação dos jornalistas por setores empresariais é a instituição dos ‘prêmios jornalísticos’". Segundo o professor, "esses prêmios são fortes indutores da pauta jornalística e determinam a ocupação dos espaços a partir de interesses dos empresários".

Ficha técnica
Editora: Co-edição editoras Fundação Perseu Abramo e Unesp.
ISBN: 8586469955
Páginas: 144
Ano: 2005
Edição: 1ª
Lingua: Português
Peso: 200 gramas
Fonte: Editora Fundação Perseu Abramo

O assassinato do Código de Ética do Jornalista

Ano passado, o Congresso Nacional Extraordinário dos Jornalistas, reunido em Vitória (ES), aprovou a reformulação do Código de Ética dos Jornalistas, que estava vigente desde 1987. Utilização de câmeras escondidas, manipulação digital de fotos e uso de identidade falsa são práticas corriqueiras do jornalismo que surgiu da revolução tecnológica do final do século 20 e não eram especificamente abordados no código antigo, que em linhas gerais vedava seu uso.

O código que saiu desse encontro extraordinário de agosto de 2007 vai direto ao assunto e proíbe a divulgação de informações obtidas com tais subterfúgios, admitindo que isso só poderá acontecer em caso de "relevante interesse público". O novo texto incluiu sugestões de sindicados do país e de entidades da sociedade civil, num processo conduzido pela Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ).

O objetivo do código é combater o jornalismo denuncista, que costuma julgar e punir pessoas com a execração pública, geralmente sem provas e sem o direito de resposta. O jornalista também pode se recusar a cobrir pauta que vá contra esses princípios.

O noticiário atual sobre diversos fatos da vida nacional para indicar o assassinato definitivo do Código de Ética do Jornalista.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Do jornalismo em escala industrial e outras paradas


Pressionados por jornadas de trabalho cada vez mais excessivas, temos postado pouco no "Jornalismo EmPerfeito". Esta, aliás, é uma característica do jornalismo dos dias de hoje: produção em escala industrial e jornadas idem. Não é "privilégio" de nenhuma mídia especificamente, mas uma tendência de um setor que se sente pressionado pelas novidades que borbulham a todo momento e levam jornais, portais, emissoras etc. a seguir a manada perdida. Alguma luz precisa surgir rapidamente do túnel escuro e tomara que não seja a do trem...

Na ilustração, a carta "o enforcado" do Tarot.

As marcas voláteis da era digital

As marcas, na era da internet, estão mais voláteis. O grupo Globo, por exemplo, depois de torrar muito dinheiro, tempo e esforço no endereço www.globo.com, esta semana começou uma retirada estratégica para o portal de notícias www.g1.com.br. É o caso do filhote que cresceu mais que a mãe. Lançado como alternativa e focada essencialmente no conteúdo noticioso dos veículos da Globo, o G1 passou rapidamente ao posto de campeão de hits brasileiro no setor de portais de notícias. Ainda não se sabe se o globo. com continuará, mas todos os endereços do grupo agora são precedidos do www.g1.com.br.