sábado, 22 de março de 2008

O Jornal Nacional e a consistência da notícia

A dengue explodiu na cidade do Rio de Janeiro e o país tomou um susto, esta semana, quando o Jornal Nacional da Rede Globo expôs o problema. Até então o jornalão limitava-se a notas cobertas, se muito. O JN exige consistência de qualquer fato que coloque no ar. Até esta semana, apenas a população carioca reclamava de uma epidemia da doença na cidade. Os governos municipal, federal e estadual não se pronunciavam ou negavam. Foi preciso que o Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro entrasse com uma ação de responsabilidade contra os órgãos públicos para que o jornalão líder em audiência tivesse a confirmação e destacasse a notícia.

O Jornal da Band, que adota outra metodologia, vinha abrindo espaço há 20 dias para a reclamação dos pacientes nas filas dos hospitais. Não havia números oficiais compilados, os governos se omitiam e os médicos ainda não haviam se pronunciado. O que havia eram filas e mais filas de pessoas com a doença, números aqui e ali. A reportagem da Bandeirantes foi à luta, compilou números extra-oficiais ou de unidades isoladas e começou a mostrar as pessoas.

Fica uma constatação desse fato: o jornalismo não pode ficar a reboque de números oficiais, precisa aprender a fazer contas e a ouvir a voz do cidadão nas ruas.

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