quarta-feira, 5 de março de 2008

Capote e a grande revolução do jornalismo

A publicação da novela-reportagem "A Sangue Frio", de Truman Capote, em quatro capítulos, na revista "The New Yorker", em 1965, marca a última revolução importante na literatura e no jornalismo do século 20. Tendo como tema o assassinato de quatro membros de uma família americana, na cidade de Holcomb, no Kansas, com 270 habitantes, a obra foi um sucesso e fez a revista bater recordes de venda, antes de sair em livro em 1966. Lá se vão 42 anos de um evento midiático único, com sucesso de público e reações diversas na crítica, que se dividiu entre os a favor e os contra. Tudo porque Capote definiu a obra como "romance de não-ficção".

Como eram bestas aqueles tempos. "A sangue Frio" preparou o terreno para a obra dos jornalistas Tom Wolfe, Hunter Thompson, Gay Talese e muitos outros. Hoje referências na área. Fez mais. De certa forma, também influenciou os escritores James Baldwin e Norman Mailer. O segundo, praticamente revive para a literatura após o livro de Capote. É a partir de "A Sangue Frio" que o Novo Jornalismo se firma e ganha respeito mundial, gerando filhotes nas melhores redações do mundo. "Hell’s Angels", de Hunter Thompson, é de 1966; "O Teste do Ácido do Refresco Elétrico", de Wolfe, de 1968, mesmo ano de "Os Exércitos da Noite", de Norman Mailer. Tem mais. Em 1969, Talese lança "O Reino e o Poder — Uma história do New York Times".

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