segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Sobre novos jornalistas, Drummond e Balzac

Nas redações tem pululado um tipo de jornalista novato que pensa saber tudo do mundo, imagina ter sido gerado num mundo novo e superior ao passado. Nariz empinado, recita, em ritmo de hemorragia, conhecimentos lastreados por uma pesquisa rápida no google.com. O tipo acredita que faz alguma coisa muito importante. Para eles, só uma transfusão urgente de Carlos Drummond de Andrade:
"Minha vida? Acho que foi pouco interessante. O que é que eu fui? Fui um burocrata, um jornalista burocratizado. Não tive nenhum lance importante na minha vida. Nunca exerci um cargo que me permitisse tomar uma grande decisão política ou social ou econômica. Nunca nenhum destino ficou dependendo da minha vida ou do meu comportamento ou da minha atitude".
Por falar no poeta, ele acreditava que o jornalismo era um tipo de literatura, mas Balzac (de novo o francês!), sempre maniqueísta como o mundo humano, reduzia o jornalismo a uma "degeneração" da literatura.

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