A questão da interatividade da TV digital brasileira é um dos aspectos que afeta mais diretamente os profissionais do jornalismo. Passados vários meses de seu lançamento, continuamos sem essa ferramenta, que deveria nos ter sido proporcionada pelo software Ginga, a única peça genuinamente nacional do modelo adotado no País.
Ginga é constituído por um conjunto de tecnologias padronizadas e inovações brasileiras que o tornam a especificação de middleware mais avançada e a melhor solução para os requisitos do país.
O middleware aberto Ginga (fruto do desenvolvimento de projetos de pesquisa coordenados pelos laboratórios Telemídia da PUC-Rio e LAViD da UFPB) tem dois subsistemas interligados que permitem o desenvolvimento de aplicações seguindo dois processos de programação diferentes, que podem se adequar, individualmente, a cada projeto de programação. O primeiro, chamado de Ginga-J, permite o desenvolvimento de programas Java. O segundo, o Ginga-NCL, é utilizado em aplicações declarativas NCL.
Ginga-J - infra-estrutura de execução de aplicações Java e extensões especificamente voltadas ao ambiente de TV. Ou seja, é uma ferramenta para a mídia televisão.
Ginga-NCL - linguagem de aplicação XML para uso em suportes interativos, sincronismo espaço-temporal entre objetos de mídia, adaptabilidade, suporte a múltiplos dispositivos e suporte à produção ao vivo de programas interativos não-lineares. Ou seja, para utilização em produções multimídia.
O lance é que o Ginga permitiria levar a experiência da Internet para a tela da televisão, democratizando o ciberespaço entre os telespectadores que ainda não têm computador em casa. Por uma combinação de fatores que vão do descaso do governo com sua implementação à falta de padronização na indústria, O Ginga não está disponível comercialmente e não se sabe se ainda o será.
No final de 2008 foi lançado o livro TV digital no Brasil: Tecnologia versus política (Senac São Paulo), de Renato Cruz, jornalista e repórter do Estadão, que lança luz sobre os problemas do setor no Brasil. O trabalho de Cruz foi resultado de tese de doutorado dele na Escola de Comunicações e Artes (ECA) da Universidade São Paulo.
É bibliografia importante para quem quer saber para onde está indo a TV digital brasileira, além de lançar uma visão do jornalista sobre todo esse processo.
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segunda-feira, 5 de janeiro de 2009
TV digital brasileira patina na falta de interatividade
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