John Updike foi um daqueles novelistas que eu enxergo como um cronista da vida. O fato de ser um best seller inicialmente afastou a galera mais cabeça de sua obra. Sobre Updike, o escritor Norman Mailer dizia que era um autor apreciado por leitores que não sabiam nada sobre literatura.
A tetralogia "Rabbit", sobre a vida de Harry "Coelho" Angstrom, foi uma marca em seus livros, focados na classe média suburbana americana. "Coelho Cresce" (1981), imagem da capa da edição americana à esquerda, e "Coelho Cai" (1990) lhes deram dois prêmios Pulitzer. Levou também os prêmios American Book Awards e o Scott Fitzgerald. Mailer deve ter odiado.
Sobre a série "Rabbit-Coelho", que aborda momentos da vida de um ex-astro do basquete colegial norte-americano chamado Harry "Coelho" Angstrom, ficam algumas lições. A principal delas: viver não é fácil.
Peça importante para conhecer a alma de John Updike é o livro de memórias "Consciência à Flor da Pele" (1989). Nele, conta que se tornou escritor por causa das doenças que teve na infância: psoríase e asma. E para piorar, sofria de gagueira. Updike morreu de câncer no pulmão, uma doença que poderia matar qualquer um de seus personagens, nesta terça-feira (27).
quarta-feira, 28 de janeiro de 2009
Updike foi o cronista da classe média suburbana
terça-feira, 27 de janeiro de 2009
Holografia começa a sair dos laboratórios
Quem diria! A indústria já tem um jornal focado no uso da holografia no mercado. É o Holography News. Requer cadastro, mas é um indicativo do que vem por aí nos próximos anos.
segunda-feira, 19 de janeiro de 2009
O primeiro vídeo a gente nunca esquece
O comercial do Edge, novo carro da Ford, é uma peça da tendência mundial pelos vídeos online. A peça utiliza, ao longo de 30 segundos, players como os do youtube, blip TV e outros sites para vender o automóvel. Um dia ainda vão reinventar aquele comercial do sutiã: o primeiro vídeo a gente nunca esquece. Veja acima o vídeo postado por Jornalistas da Web
É uma web TV portuguesa, com certeza
O fenômeno das web TVs é uma das ondas do momento no mundo da internet. Em Portugal, citado aqui como exemplo por estar linguisticamente mais perto dos brasileiros, já há uma em cada cidade, a maioria com conteúdos diferenciados dos das das emissoras tradicionais, até porque permitem total interatividade com seu público, além da possibilidade de escolha do programa a ser visto.
Confira algumas dessas web TVs portuguesas:
Setúbal TV
Odivelas TV
TV Tejo
TV Viana
TV Fátima
Mais no blog WEB TV
sábado, 10 de janeiro de 2009
Filmes clássicos na tela do computador
A cada dia surgem sites com vídeos. Descobri recentemente o americafree.tv, que inclui uma coleção de filmes antigos, como The Outlaw, de Howard Hughes, e outros. Vale pra rever alguns clássicos do cinema, mas tem um inconveniente: os filmes têm hora pra começar e você não pode voltar e assistir do começo, além disso, como é um site americano, é em inglês e sem legendas.. Mesmo assim, prende a atenção.
sexta-feira, 9 de janeiro de 2009
Dâmocles, a espada e o jornalismo
Dâmocles era amigo do rei Dionísio e invejava poder e luxos de que gozava. Um dia disse isso ao rei e este lhe propôs trocarem de lugar por um dia. Dâmocles sentou-se à mesa, com muita comida fina e vinhos idem. Sentiu-se o próprio. Mas logo percebeu que sobre ele pairava uma espada segura por um fio muito fino. A moral dessa história é que tudo tem um preço, que cada um aceita se quiser. O mito de Dâmocles aparece aqui para ilustrar uma situação que o jornalismo vive todo dia. É um negócio pra lá de complicado, com a espada o tempo todo sobre nossas cabeças.
E a nossa espada é a publicidade. Se tem muito anunciante, o risco de o jornalismo se prostituir cresce exponencialmente, buscando freneticamente a audiência fácil das notinhas e materinhas de apelo popular, de mexericos e de fofocas.
Por outro lado, se o anunciante some, por causa da baixa audiência, o jornal ou a TV fecham e perdemos o emprego.
É um beco com saída, apesar de parecer que não. Experiências recentes e antigas mostram que cada profissional precisa ter seu limite, necessita entender o tamanho da espada que pode suportar. Os ratinhos e assemelhados encheram as TVs há pouco tempo e sumiram. É que o consumidor de informação num primeiro momento até gosta e compra o jornalismo prostituído ao extremo, mas depois cansa.
Só fica o que tem alguma densidade, o que lhe acrescenta alguma coisa, que lhe faz pensar e refletir sobre seu mundo. O cidadão médio quer comida, mas também quer diversão e arte e jornalismo comprometido com seu dia.
Ps. Essa reflexão vai contra a corrente que, nos Estados Unidos, por exemplo, fala em retração do chamado jornalismo cidadão. Isso é só marola...
segunda-feira, 5 de janeiro de 2009
TV digital brasileira patina na falta de interatividade
A questão da interatividade da TV digital brasileira é um dos aspectos que afeta mais diretamente os profissionais do jornalismo. Passados vários meses de seu lançamento, continuamos sem essa ferramenta, que deveria nos ter sido proporcionada pelo software Ginga, a única peça genuinamente nacional do modelo adotado no País.
Ginga é constituído por um conjunto de tecnologias padronizadas e inovações brasileiras que o tornam a especificação de middleware mais avançada e a melhor solução para os requisitos do país.
O middleware aberto Ginga (fruto do desenvolvimento de projetos de pesquisa coordenados pelos laboratórios Telemídia da PUC-Rio e LAViD da UFPB) tem dois subsistemas interligados que permitem o desenvolvimento de aplicações seguindo dois processos de programação diferentes, que podem se adequar, individualmente, a cada projeto de programação. O primeiro, chamado de Ginga-J, permite o desenvolvimento de programas Java. O segundo, o Ginga-NCL, é utilizado em aplicações declarativas NCL.
Ginga-J - infra-estrutura de execução de aplicações Java e extensões especificamente voltadas ao ambiente de TV. Ou seja, é uma ferramenta para a mídia televisão.
Ginga-NCL - linguagem de aplicação XML para uso em suportes interativos, sincronismo espaço-temporal entre objetos de mídia, adaptabilidade, suporte a múltiplos dispositivos e suporte à produção ao vivo de programas interativos não-lineares. Ou seja, para utilização em produções multimídia.
O lance é que o Ginga permitiria levar a experiência da Internet para a tela da televisão, democratizando o ciberespaço entre os telespectadores que ainda não têm computador em casa. Por uma combinação de fatores que vão do descaso do governo com sua implementação à falta de padronização na indústria, O Ginga não está disponível comercialmente e não se sabe se ainda o será.
No final de 2008 foi lançado o livro TV digital no Brasil: Tecnologia versus política (Senac São Paulo), de Renato Cruz, jornalista e repórter do Estadão, que lança luz sobre os problemas do setor no Brasil. O trabalho de Cruz foi resultado de tese de doutorado dele na Escola de Comunicações e Artes (ECA) da Universidade São Paulo.
É bibliografia importante para quem quer saber para onde está indo a TV digital brasileira, além de lançar uma visão do jornalista sobre todo esse processo.
>>>Mais obre o Ginga
>>>Mais sobre Renato Cruz
sexta-feira, 2 de janeiro de 2009
Internet vai virar TV interativa ou a TV vai virar internet?
Em apenas três anos, 90% do tráfego de internet no mundo vai ser de vídeos e produções de web TVs. A notícia vem de uma das empresas líderes do ramo, a Cisco, plantada agora na Índia e de olho nos mercados emergentes – Leia aqui o artigo, em inglês. A notícia tem um significado para as empresas de mídia: a web vai reproduzir, numa escala diferente, o que ocorreu quando a TV surgiu nos anos de 1940 e começou a abocanhar públicos de outros veículos como rádio e jornal. É que as pessoas preferem ver e ouvir a ler. Faz parte da natureza humana.
Mas há uma novidade nesse processo de agora. A TV convencional está virando digital e também vai consumir parte da banda de tráfego web. Computadores, celulares e aparelhos de elevisão vão ser as ferramentas de visualização, mas há grandes chances de que soluções mais baratas e inovadoras, como ocorre na internet frequentemente, tenham mais oportunidades. Ou seja, a galera que já está na web vai ser um páreo duro para os "profissionais" do ramo televisivo.
Recentemente, no meu trabalho, estávamos em dúvida sobre comprar uma mesa de corte de imagens para fazer transmissões ao vivo. A mais barata custava R$ 40 mil. A solução caiu do céu com uma empresa de software chinesa, que tinha um programa que faz as mesmas coisas da mesa tradicional. Com um diferencial: custa menos de 400 dólares.
Soluções como essa vão ser cada vez mais frequentes e vão desequilibrar a balança para um lado ou outro na disputa por audiência, que, afinal, é o foco e o maior produto da mídia. Sem querer entrar no ramo das previsões, parece que o caldo vai entornar para quem não estiver antenado com o que rola na internet mundial.
De volta à lida com o Jornalismo EmPerfeito
Depois de um tempo para reciclagem e investimento em outros assuntos, estou voltando a postar notas sobre jornalismo, internet e informação. Vou tentar colocar pelo menos um post diariamente aqui.